A casa e o planeta como extensões do corpo ditam os ambientes da CASACOR São Paulo

Aberta no último dia 30 de maio, a CASACOR São Paulo, principal edição da maior mostra de arquitetura, interiores e paisagismo das Américas, acontece pela segunda vez no icônico edifício do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, o que confirma a sua acertada mudança para um dos endereços mais famosos do país. Este ano, o tema da mostra é Corpo&Morada, e tem como abordagem as grandes questões da atualidade, como diversidade, sustentabilidade e inclusão. Projetos que fazem referência direta à pele que habitamos, tanto o nosso próprio corpo como a pele que nos envolve de forma extracorpórea, como a nossa casa e o planeta.

Distribuídos em 11 mil metros quadrados, os 74 ambientes da CASACOR São Paulo formam um simbiótico organismo formado por lofts, casas, jardins, praças e ilhas de bem-estar, além de diversas operações comerciais como restaurantes, bares e lojas. O que se pode perceber, ao percorrer o circuito, é uma preocupação dos profissionais em trazer na esfera sensorial o cuidado e atenção no universo do morar, mas também em buscar soluções para um lar mais conectado com o entorno e mais sustentável.

Regidos sobre esse assunto, muitos espaços buscaram na linha orgânica, sinuosa, circular, a forma de expressar uma casa-corpo. Em diferentes materiais, paredes, painéis, móveis e divisórias são dispostas como protagonistas dos ambientes.

A casa como um organismo acolhedor foi também interpretado por diversos profissionais. Esse sentimento foi materializado tanto na disposição dos elementos como também na escolha dos materiais. Madeira, cerâmica, tecidos naturais continuam sendo os preferidos de arquitetos e designers de interiores, que recorreram a itens que reforçassem a intenção de transformar a casa em um elemento vivo, capaz de acolher e proteger o morador. Muitos quartos foram dispostos em caixas, trazendo a sensação de ninho, por exemplo.

Um elemento muito valorizado nos ambientes este ano foi o teto. Trabalhado nos diversos materiais, sobretudo a madeira, o teto ganhou destaque, com o pé-direito mais baixo, enfatizando a proposta de aconchego.

Os tons predominantes nos ambientes são os terrosos, beges, neutros, mas se vê explosões de tons vibrantes em ambientes específicos, onde a cor é a protagonista do tema do espaço. Verdes, laranjas, rosas, amarelos em suas potências máximas exaltam a ancestralidade e vivacidade brasileiras.

Este ano, houve uma abertura maior para espaços conceituais e de arte. Além de galerias, ambientes que provocam o próprio conceito da mostra foram um dos que mais ganharam visitação. A parceria de arquitetos com artistas plásticos, pintores e escultores também foi uma surpresa positiva.

Na proposta de diversidade, ficou nítida a intenção da mostra abraçar os diversos modos de morar e que trazem a identidade brasileira. No Espaço Motirõ, Ester Carro resgata sua ancestralidade e revela as particularidades de onde ela viveu, a comunidade Jardim Colombo, do Complexo de Paraisópolis, em São Paulo. Motirõ, em tupi-guarani, refere-se a reunião de pessoas para colher ou construir algo, juntos e ajudando uns aos outros. Com elementos dos povos originários, o espaço carrega detalhes de quem se vive nas periferias do país, trazendo um olhar mais profundo e poético, além de trazer soluções e intervenções para se trazer praticidade no dia a dia corrido e responsabilidade social e ambiental no uso de materiais reaproveitados.

Muitos espaços se fizeram valer de itens de cultura popular, resgatando a memória da tradição passada de pais para filhos, como os vasos do Vale do Jequitinhonha e as esculturas de Zé Bezerra. “A valorização do trabalho de artistas regionais trouxe uma personalidade que ainda estava menos aflorada nos ambientes da edição paulista. Este ano, é nítida a preocupação dos profissionais em  buscar a verdadeira identidade brasileira”, conta Jessica Hori, gerente de marketing da Impress Decor Brasil.

Entre os materiais mais empregados, a madeira veio com força total, principalmente como revestimento de paredes. Ambientes inteiros foram revestidos pela madeira, em suas diferentes texturas e tonalidades. A nogueira, o freijó, o pau-ferro, entre outras espécies, foram reverenciadas pelos profissionais e ganharam protagonismo. A mistura de tons naturais com cores uniformes foi observada em alguns espaços.

A Impress esteve presente em dois ambientes de destaque. No Loft Vastu, de Bianca da Hora, o padrão Carvalho Malva foi utilizado em toda a extensão da estante que é protagonista do espaço.

Outro ambiente que é novidade na CASACOR SP é a Galeria Origami, da GDL Arquitetura. O escritório utilizou o Freijó Puro da Impress no espaço, o que aqueceu toda a galeria além de dar uma sensação de maior amplitude do pé-direito, ao mesmo tempo que emoldura todos os espaços ocupados pelo projeto.

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