Espaços corporativos e o novo comportamento da arquitetura de interiores

Na última década, houve um boom entre o mundo corporativo onde escritórios de grandes empresas multinacionais se transformaram em “parques de diversões”, com diversos elementos que trouxeram uma atmosfera lúdica, interativa e com propósito de descompressão entre horários onde o estresse era presente a maior parte do tempo. Isso virou uma febre e até hoje encontramos empresas, das maiores do mundo até as menores, investindo e apostando em espaços com mais conforto para o funcionário, que passa horas sentado em frente ao computador.

Mas o que mudou de uma década para cá?

Tudo! Vamos explicar. Não só o ambiente de trabalho sofreu uma transformação, mas a própria forma de trabalho. Após a pandemia, o home office foi institucionalizado como um sistema formal de trabalho. As empresas também adotaram o sistema híbrido, onde o colaborador trabalha alguns dias no escritório e outros em casa. Com isso, arquitetos e designers de interiores se viram com um desafio de traduzir essa nova realidade aos projetos de espaços corporativos.

“Penso que o principal é que o ambiente corporativo tenha flexibilidade para se adequar aos diferentes tipos de demandas, começando pelos tipos de trabalhos e pela quantidade de pessoas”, explica a designer de interiores Renata Moura. A profissional exemplifica as demandas e observa se o trabalho requer mais atenção, mais comunicação e diálogo. “Nos casos de reuniões, um dos pontos importantes é ter um ambiente construído para modelos de reuniões híbridas presencial e online”, comenta.

Banco de imagens – Unsplash

Ainda é fundamental a preocupação com a humanização do espaço. “A arquitetura, o mobiliário e a decoração devem refletir os ambientes que as pessoas estão acostumadas a frequentar, pra não ser um choque, de preferência sendo mais acolhedores e aconchegantes que os que as pessoas têm em casa”, complementa Renata, que ainda reflete sobre os novos modelos de trabalho.

Além dos postos fixos de trabalho, deve-se levar em conta espaços em comum, a fim e estimular o relacionamento entre os colaboradores com proposta de bem-estar além dos resultados, quebrando um pouco o processo formal e ‘mecânico’ do dia a dia. “Também é interessante que os postos de trabalho possibilitem que as pessoas se expressem e os personalizem com fotos e imagens que identifiquem o espaço de cada um. Melhor ainda se os ambientes forem ainda mais abertos ao cotidiano das pessoas, sendo receptivos aos pets e aos filhos”, explica Renata. A biofilia também é um elemento fundamental para quebrar o ambiente frio e trazer frescor e dinamismo aos espaços de trabalho.

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Um detalhe importante para considerar é que a empresa não precisa abrir mão de sua identidade visual para proporcionar conforto, ou vice-versa. Em um mundo cada vez mais diversificado, trazer a personalidade dos colaboradores para o DNA da empresa tem se tornado cada vez mais comum. “Contratamos pessoas pelo que elas são, então queremos ver isso expressado de alguma forma. A identidade da marca é resultado da identidade das pessoas que compõem a marca. Tudo numa empresa é uma expressão de marca”, finaliza Renata.

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