Na sua décima terceira edição, o Design Weekend se firmou como um ponto de encontro essencial para os amantes e profissionais de design, arte e arquitetura. O evento, estendendo-se por diversas regiões da capital paulista, ofereceu uma nova leitura dos espaços urbanos através de exposições inovadoras e instalações interativas. A Impress visitou diversas ações durante a semana do design em São Paulo.
O movimento Seiva e Cidade, organizado pela Somaúma, promoveu conexões entre pessoas e espaços urbanos. O Edifício Misericórdia, um local histórico, porém pouco conhecido, serviu como o principal ponto de encontro e símbolo do movimento, destacando a importância de revitalizar e reapreciar áreas urbanas centrais. A mostra “Misericórdia e Algazarra”, com curadoria de Felipe Morozini, trabalhou na investigação da história do Largo da Misericórdia em São Paulo, focando no Chafariz da Misericórdia, criado por Joaquim Pinto de Oliveira (Tebas), um importante arquiteto escravizado do século 18.
No Edifício Martinelli, a celebração de seu centenário não poderia ser mais significativa. A Feira na Rosembaum, em parceria com o Instituto A Gente Transforma, trouxe a instalação com esculturas da coleção Jalapoeira Apurada, produzida por mulheres quilombolas do Jalapão com as técnicas tradicionais do Tocantins. Foi uma ponte entre tradição e modernidade, materializando a rica cultura e diversidade do Brasil.
A Galeria Metrópole, com a Arena de Conteúdo Senac, apresentou debates e palestras que mergulharam na essência da arquitetura brasileira, destacando a importância de olhar para trás enquanto se projeta o futuro. O talk Arquitetura Ancestral foi ministrado por Gabriela Matos, vencedora do Leão da Bienal de Arquitetura de Veneza do ano passado. Na mesma galeria, a exposição Um Lugar trouxe 70 bancos criados por designers brasileiros contemporâneos, apresentando o que há de mais criativo no cenário do design nacional.
Ainda no centro, o Edifício Itália foi o espaço escolhido para abrigar o BOOMSPDESIGN, que focou este ano em oferecer instalações instagramáveis para apresentação de produtos. Na calçada do famoso Copan, as cadeiras gigantes da Teto Casa simbolizaram a imensidão da criatividade no campo do design. Já no distrito Jardins, visitamos o Casarão Doimo, que com sua arquitetura neoclássica e histórica destacou as novidades do design contemporâneo, como a poltrona Otto lançada pela Doimo e criada por Leo Shehtman.
No Distrito Gabriel, o destaque foi a exposição EKO: A Arte que Transforma, na By Kamy. O mote da regeneração e conexão através da arte se concentrou em destacar obras de arte têxtil que refletem princípios e valores ligados a tradições antigas, com uma perspectiva regenerativa e empoderadora. Bordadeiras de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, com curadoria da artista Elisa Lobo, produziram peças com muita poesia, permeadas por um jardim que brincava com as escalas.
O Design Weekend deste ano foi um lembrete poderoso de que o Brasil continua a ser uma fonte diversa de inovação e criatividade, onde o design desempenha um papel crucial na transformação de espaços e na ocupação urbana.