Todos os anos, as cores escolhidas pelas marcas de tinta e pelos grandes institutos de tendência funcionam como um diagnóstico silencioso do nosso tempo. Em 2026, esse olhar cromático revela um desejo compartilhado: encontrar calma em meio às transições, criar espaços que reconectem e permitir que os espaços acompanhem um ritmo mais humano.
As escolhas do ano não buscam impacto imediato; elas falam de continuidade. Aproximam o morar da natureza, valorizam materiais essenciais, apostam em profundidade e convidam a uma convivência mais sensível com o ambiente. São tons que carregam narrativas sobre cuidado, sobre pausa, sobre novas formas de imaginar o futuro.
A seguir, o que cada marca propõe para expressar esse novo capítulo através da cor.
Horizon, cor do Ano da Impress, foi desenvolvida em um processo global inédito envolvendo equipes da empresa na Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, China, Turquia, Estados Unidos, Colômbia e Brasil, representando a visão coletiva sobre um mundo em transformação. Equilibrado entre verde e azul, Horizon foi definido como uma cor híbrida, capaz de traduzir movimento, profundidade e atenção ao presente. A cor nasce da observação de elementos da natureza e de como esses tons variam conforme a luz, resultando em uma nuance versátil que dialoga com madeira, metais escovados, mármores claros e superfícies têxteis. A Impress destaca que Horizon simboliza travessia e evolução, funcionando como ponto de ancoragem em um período marcado por mudanças contínuas.
A Suvinil escolheu Cipó da Amazônia como uma de suas cores de 2026. O tom é descrito como um verde amarelado que remete de forma direta à natureza. Segundo a marca, a cor busca transmitir frescor e tranquilidade e integra o estudo de tendências Co(r)existir, que reúne as apostas cromáticas do ano. A Suvinil aponta que o Cipó da Amazônia funciona tanto em superfícies amplas quanto em detalhes arquitetônicos, reforçando ambientes que buscam conexão com elementos naturais.
Além de Cipó da Amazônia, a marca anunciou Tempestade, um tom que, segundo a marca, traduz o impulso de mudança. “Assim como uma tempestade anuncia viradas, o tom expressa aquilo que muitas vezes permanece guardado, trazendo à superfície sensações que pedem movimento”. Tempestade traz o rosa com fundo acinzentado, permitindo composições mais neutras ou vibrantes.
O tom escolhido pela Coral para 2026 é o Azul Puro, anunciado como uma cor versátil, de saturação moderada e baixa luminosidade. A empresa destaca que este azul favorece transições suaves entre diferentes usos do ambiente ao longo do dia, com efeito especialmente interessante em salas de estar. Associado a três paletas recém-apresentadas — Acordes Silenciosos, Bossa Nova da Alma e Folia Tropical — o Azul Puro permite composições que vão desde abordagens mais contidas até propostas mais vibrantes, sempre com foco em fluidez e conforto visual.
A WGSN e a Coloro anunciaram Transformative Teal como a cor de 2026. O tom combina um azul profundo com nuances de verde aquático. A previsão é de que 2026 seja um ano marcado por mudanças graduais, e a cor foi definida como um símbolo desse processo de redirecionamento. A WGSN destaca que a busca por responsabilidade ecológica influencia diretamente essa escolha. Transformative Teal remete a ambientes regenerativos e sugere continuidade, o que torna o tom adequado para projetos que necessitam transmitir estabilidade sem abrir mão de inovação estética. A cor também se adapta bem a paletas neutras e a superfícies foscas ou brilhantes, o que reforça sua flexibilidade em aplicações de interiores.
A Pantone apresenta Cloud Dancer, um branco que, segundo o instituto, traduz o movimento de retorno ao essencial em um momento em que revisamos nossa relação com o tempo e com o espaço. O tom, de acordo com a Pantone, expressa o gesto de escolher a pausa como força, afastando-nos do ruído constante e abrindo margem para que a percepção se reorganize. “Cloud Dancer tem a proposta de criar atmosferas de serenidade e profundidade emocional. É uma cor que acolhe introspecção, favorece foco e prepara o terreno para novas formas de imaginar”, defende Laurie Pressman, diretora-executiva do Pantone Color Institute.


